terça-feira, 6 de outubro de 2015

Os Ajoguns os obsessores

Hoje vamos falar um pouco sobre os "Ajogun", que não são Òrìsàs (é importante que isso fique claro a todos), mas sim, espíritos malignos que tem como objetivo afetar a vida das pessoas no Aye.
À primeira vista, muitos se apavoram em saber da existência de espíritos malignos que podem nos prejudicar. É fato que eles atrapalham a vida das pessoas, mas na concepção Yorùbá, esses espíritos fazem com que exista o equilíbrio natural, a simetria entre mundos e poderes.
Isso é evidenciado, por exemplo, no jogo do Obì, no qual existe uma caída que reflete a harmonia perfeita, na qual duas faces internas do Obì caem voltadas para baixo e duas para cima, sendo que os sexos dos gomos do Obì caem divididos para baixo e para cima harmoniosamente. Na cultura dos Òrìsàs essa caída representa a simetria perfeita, pois o negativo e positivo estão em consonância, bem como o feminino e masculino.
Dessa forma, embora malignos e terríveis, a existência dos Ajogun motiva as energias positivas a circularem no mundo. Essas energias positivas são estimuladas por meio dos sacrifícios (Ebó) que são prescritos por Sacerdotes, que o revelam por meio do oráculo.

Os Ajogun são forças muito negativas, que tem como objetivo causar doenças, acidentes, brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios, é comum cantarmos pedindo para que a água (elemento mais puro e benéfico que existe) cubra e mate as discórdias (bomi pa ejo), cubra e mate as doenças (bomi pa arun), cubra e mate as maldições (bomi pa epe), etc. Em verdade, estamos pedindo para que a água cubra e mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.
Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao aye por meio da manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso acontece, pois os Ajogun não conseguiram causar males no mundo dos Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois aqui, diferente do orùn, eles conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.
Os Ajogun estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para atuar. Por isso, é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por meio de oferendas, banhos e o que mais for necessário, conforme prescrição do Sacerdote.
Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso certamente foi motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande descoberta em benefício à sociedade surge, foi motivada pelas forças positivas que sempre prevaleceram, como os Òrìsàs.
Por diversas vezes, já discorremos sobre a importância da realização dos sacríficios prescritos, sobre a importância de não quebrar tabus (Ewó), uma das razões para termos falado bastante sobre esses temas, foi justamente para se entender que essas ações atacam os poderes dos Ajogun.
Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando forças ao Ajogun. O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é negligenciado, a pessoa está dando forças ao Ajogun

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ajé Salungá

Quem é Ajé Saluga?
Ajé é considerada uma Ìyá-Agbà (Mãe Idosa e Respeitável ou Mãe Anciã). Enquanto divindade simboliza a paz. Orixá da prosperidade, ou seja, do conjunto das conquistas pessoais; tem íntima relação ao nascimento, à vida e à morte das pessoas. Ela é ao mesmo tempo representante do dinheiro enquanto soma, número, valor, mas não a representação da prosperidade em si (espiritual, emocional, material) dos homens. Também é a guardiã do progresso, do ideal de prosperidade dos homens e dos orixás. Como detém o poder de tornar os feitos dos  orixás  reconhecidos, é cultuada  também  por eles. Ajé possui com Esù, Ògún, Òsun, Yemoja, Olókun, Ọbàtálá e Ifá. A palavra Ajé pode ser traduzida como “progresso para você”, “sucesso para você” e “que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize”. Sua saudação, Ajé Ògúgúlúsò significa “Ajé, Senhora da morada da sorte e das realizações do homem”. Ajé Saluga significa “Ajé, Senhora do paraíso da riqueza”. Ajé é uma orixá feminina, paciente, próspera, fértil, longeva, sábia, harmoniosa, generosa, tolerante, justa e protetora da riqueza do homem em todos os sentidos, atraindo dinheiro para quem a cultua Protetora do progresso, Ajé defende seus devotos da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos realizados de má vontade (por avareza) ou com raiva. Proporciona o reconhecimento dos esforços pessoais por intermédio do trabalho. Ajé lapida o brilho, tornando visível a energia atrativa de cada ser humano proporcionando visibilidade social ao seu devotoligações estreita

Ajé saluga

A palavra Ajè pode ser traduzida como Progresso para você, Sucesso para você e Que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize.

Ajè Ògúgúlùsò significa:

Ajè Senhora da morada da sorte e das realizações do homem, Senhora do paraíso da riqueza.

Ajè é um òrìsà paciente, próspero, fértil, longevo, sábio, harmonioso, generoso, tolerante, justo e protetor da riqueza do homem (em todos os sentidos), atraindo dinheiro a quem a cultua.

Protetora do progresso defende as pessoas da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos realizados de má vontade ou com raiva.

No Odù Ifá (Odi méjì) ele está nos dizendo sobre Odi fazer amor com a Chefe das mulheres do mercado que é um Òrìsá chamado Oòsà Ojà, que está ligada a divindade Ajè Sàlugá (omo Olókun Sèníadé), esta divindade é um Òrìsá funfun, fala sobre dinheiro e riqueza, o ìgbà deste Òrìsá – Oòsà Ojà – geralmente está localizado no centro do mercado coberto com pano branco, o chefe ou líder de cada mercado é uma mulher cujo titulo é Ìyá lojá ou Ìyá lajé, todos os mercados são geralmente governados por Aje Sàlugá como a divindade que rege o mercado.

Òrìsá Oya detém uma posição importante no grande mercado é muito popular em Òyó até os dias de hoje com base na posição que ocupou no antigo e histórico mercado de Òyó em Koso.

Temos vários versos de Ifá, que dão referência a Oòsà Ojà e Aje Sàlugá como indicado abaixo:

Odi Méjì diz:

Depois de desfrutar e fazer amor com Oòsà ojà,

Outros também queriam fazer amor com ela,

Quando todos ficaram contentes,

Eles começaram a cantar,

Dizendo Oòsà ojà não nos deixar ir,

Doce mel não nos permita deixar o mercado,

Doce mel, (insinuando para a tentação de permanecer no mercado ou se sentindo obrigado a ficar e possivelmente gastar mais dinheiro do que o esperado).

Em algumas cidades onde o culto desta divindade é maior, todas as jovens vão ao mercado, como parte dos ritos de passagem para mulheres jovens, esta é a divindade primordial que tem os rituais realizados, ela simboliza a riqueza, a prosperidade e a fertilidade da mulher.

Ajè se sente (defecar) em minha cabeça (me abençoe com dinheiro, quando se anda na rua e um pombo defeca em você dizemos que é uma bênção de dinheiro),

Quem toca Ajè se torna ‘humano’ (fértil).

Aje dormiu na minha cabeça, quem toca Ajè (recebe bênçãos) age como uma criança (alegria de “ganhar na loteria”).

Ajè eleve-me como um rei (me dê dinheiro / filhos, me faça uma pessoa importante na vida)