terça-feira, 6 de outubro de 2015

Os Ajoguns os obsessores

Hoje vamos falar um pouco sobre os "Ajogun", que não são Òrìsàs (é importante que isso fique claro a todos), mas sim, espíritos malignos que tem como objetivo afetar a vida das pessoas no Aye.
À primeira vista, muitos se apavoram em saber da existência de espíritos malignos que podem nos prejudicar. É fato que eles atrapalham a vida das pessoas, mas na concepção Yorùbá, esses espíritos fazem com que exista o equilíbrio natural, a simetria entre mundos e poderes.
Isso é evidenciado, por exemplo, no jogo do Obì, no qual existe uma caída que reflete a harmonia perfeita, na qual duas faces internas do Obì caem voltadas para baixo e duas para cima, sendo que os sexos dos gomos do Obì caem divididos para baixo e para cima harmoniosamente. Na cultura dos Òrìsàs essa caída representa a simetria perfeita, pois o negativo e positivo estão em consonância, bem como o feminino e masculino.
Dessa forma, embora malignos e terríveis, a existência dos Ajogun motiva as energias positivas a circularem no mundo. Essas energias positivas são estimuladas por meio dos sacrifícios (Ebó) que são prescritos por Sacerdotes, que o revelam por meio do oráculo.

Os Ajogun são forças muito negativas, que tem como objetivo causar doenças, acidentes, brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios, é comum cantarmos pedindo para que a água (elemento mais puro e benéfico que existe) cubra e mate as discórdias (bomi pa ejo), cubra e mate as doenças (bomi pa arun), cubra e mate as maldições (bomi pa epe), etc. Em verdade, estamos pedindo para que a água cubra e mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.
Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao aye por meio da manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso acontece, pois os Ajogun não conseguiram causar males no mundo dos Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois aqui, diferente do orùn, eles conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.
Os Ajogun estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para atuar. Por isso, é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por meio de oferendas, banhos e o que mais for necessário, conforme prescrição do Sacerdote.
Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso certamente foi motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande descoberta em benefício à sociedade surge, foi motivada pelas forças positivas que sempre prevaleceram, como os Òrìsàs.
Por diversas vezes, já discorremos sobre a importância da realização dos sacríficios prescritos, sobre a importância de não quebrar tabus (Ewó), uma das razões para termos falado bastante sobre esses temas, foi justamente para se entender que essas ações atacam os poderes dos Ajogun.
Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando forças ao Ajogun. O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é negligenciado, a pessoa está dando forças ao Ajogun

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ajé Salungá

Quem é Ajé Saluga?
Ajé é considerada uma Ìyá-Agbà (Mãe Idosa e Respeitável ou Mãe Anciã). Enquanto divindade simboliza a paz. Orixá da prosperidade, ou seja, do conjunto das conquistas pessoais; tem íntima relação ao nascimento, à vida e à morte das pessoas. Ela é ao mesmo tempo representante do dinheiro enquanto soma, número, valor, mas não a representação da prosperidade em si (espiritual, emocional, material) dos homens. Também é a guardiã do progresso, do ideal de prosperidade dos homens e dos orixás. Como detém o poder de tornar os feitos dos  orixás  reconhecidos, é cultuada  também  por eles. Ajé possui com Esù, Ògún, Òsun, Yemoja, Olókun, Ọbàtálá e Ifá. A palavra Ajé pode ser traduzida como “progresso para você”, “sucesso para você” e “que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize”. Sua saudação, Ajé Ògúgúlúsò significa “Ajé, Senhora da morada da sorte e das realizações do homem”. Ajé Saluga significa “Ajé, Senhora do paraíso da riqueza”. Ajé é uma orixá feminina, paciente, próspera, fértil, longeva, sábia, harmoniosa, generosa, tolerante, justa e protetora da riqueza do homem em todos os sentidos, atraindo dinheiro para quem a cultua Protetora do progresso, Ajé defende seus devotos da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos realizados de má vontade (por avareza) ou com raiva. Proporciona o reconhecimento dos esforços pessoais por intermédio do trabalho. Ajé lapida o brilho, tornando visível a energia atrativa de cada ser humano proporcionando visibilidade social ao seu devotoligações estreita

Ajé saluga

A palavra Ajè pode ser traduzida como Progresso para você, Sucesso para você e Que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize.

Ajè Ògúgúlùsò significa:

Ajè Senhora da morada da sorte e das realizações do homem, Senhora do paraíso da riqueza.

Ajè é um òrìsà paciente, próspero, fértil, longevo, sábio, harmonioso, generoso, tolerante, justo e protetor da riqueza do homem (em todos os sentidos), atraindo dinheiro a quem a cultua.

Protetora do progresso defende as pessoas da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos realizados de má vontade ou com raiva.

No Odù Ifá (Odi méjì) ele está nos dizendo sobre Odi fazer amor com a Chefe das mulheres do mercado que é um Òrìsá chamado Oòsà Ojà, que está ligada a divindade Ajè Sàlugá (omo Olókun Sèníadé), esta divindade é um Òrìsá funfun, fala sobre dinheiro e riqueza, o ìgbà deste Òrìsá – Oòsà Ojà – geralmente está localizado no centro do mercado coberto com pano branco, o chefe ou líder de cada mercado é uma mulher cujo titulo é Ìyá lojá ou Ìyá lajé, todos os mercados são geralmente governados por Aje Sàlugá como a divindade que rege o mercado.

Òrìsá Oya detém uma posição importante no grande mercado é muito popular em Òyó até os dias de hoje com base na posição que ocupou no antigo e histórico mercado de Òyó em Koso.

Temos vários versos de Ifá, que dão referência a Oòsà Ojà e Aje Sàlugá como indicado abaixo:

Odi Méjì diz:

Depois de desfrutar e fazer amor com Oòsà ojà,

Outros também queriam fazer amor com ela,

Quando todos ficaram contentes,

Eles começaram a cantar,

Dizendo Oòsà ojà não nos deixar ir,

Doce mel não nos permita deixar o mercado,

Doce mel, (insinuando para a tentação de permanecer no mercado ou se sentindo obrigado a ficar e possivelmente gastar mais dinheiro do que o esperado).

Em algumas cidades onde o culto desta divindade é maior, todas as jovens vão ao mercado, como parte dos ritos de passagem para mulheres jovens, esta é a divindade primordial que tem os rituais realizados, ela simboliza a riqueza, a prosperidade e a fertilidade da mulher.

Ajè se sente (defecar) em minha cabeça (me abençoe com dinheiro, quando se anda na rua e um pombo defeca em você dizemos que é uma bênção de dinheiro),

Quem toca Ajè se torna ‘humano’ (fértil).

Aje dormiu na minha cabeça, quem toca Ajè (recebe bênçãos) age como uma criança (alegria de “ganhar na loteria”).

Ajè eleve-me como um rei (me dê dinheiro / filhos, me faça uma pessoa importante na vida)

domingo, 7 de junho de 2015

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE VII - OLUBAJÉ




OLUBAJÉ


Olubajé é um ritual sagrado comemorado geralmente no mês de agosto, em homenagem a Obaluayê que alguns fazem sincretismo com São Roque e São Lazaro.
Este ritual antigamente tinha seu início sempre em meados de julho, que era quando as comunidades pertencentes ao candomblé traziam o ibá (assentamento) de Obaluayê ou Omolu de seu quarto de santo para o centro de seu barracão, com suas vestes e paramentos, para ser ali reverenciado por todos os adeptos e visitantes da dita comunidade, e ao mesmo tempo para que fossem depositados em seu redor os donativos para conclusão de seus festejos no mês de agosto. Estes donativos não se resumiam em dinheiro, também eram ofertados vinhos, azeites, mel, feijões, arroz, farinha, fubá, camarão seco, inhames, batatas, animais de duas e quatro patas, velas, enfim tudo que fosse necessário para o preparo das oferendas dedicadas aos orixás.
Quando faltavam entre sete ou quatorze dias para festividade, dependendo da casa, para conclusão deste preceito era preciso “pedir esmola”, em nome do orixá, pois se acredita que além de ser o Deus das Doenças, também é o Deus dos Desvalidos. Para isso, eram preparados tabuleiros: um com um assentamento muito bem arrumado de Obaluayê, que seria carregado por uma yawo com mais de três de anos de feita, ou seja, uma adosi, outro com pipoca, e um outro com guloseimas como cocadas, fubá de amendoim, de castanha, bolinhos, etc. Tudo pronto saía do barracão uma comitiva sob a supervisão de ou de ekedes, ou alabe, ou ogans, etc. Iam às ruas não só pra esmolar como para trocar pipocas e guloseimas por dinheiro e outros materiais ofertado ao orixá. O dinheiro era depositado no tabuleiro onde estava o assentamento do orixá, que só poderia ser contado no regresso ao barracão. Esta comitiva nos dias que ficavam fora do seu barracão de origem batia de porta em porta pedindo donativo, abordavam as pessoas nas ruas com muito respeito e agradeciam sempre a atenção a eles dispensada, com a palavra: “Olorunsan”, deus lhe pague.
Um momento importante desta peregrinação era quando batiam na porta de um barracão. Neste momento é que esta comitiva tinha que mostrar a educação e os princípios recebidos de seu barracão de origem. A começar por não levantar a cabeça por nada, salvo as ekedes e ogans responsáveis pela peregrinação. Ao entrarem no barracão visitado já encontravam uma esteira aonde iriam depositar seus tabuleiros, e várias outras a sua volta aonde iriam se sentar e bancos para os responsáveis pela comitiva.
Depois de algum tempo de descanso os visitantes começavam a rezar os seus àdúrás (suas rezas), ao terminar tomavam bênçãos aos mais velhos e trocavam de bênçãos entre si e com os outros que ali se encontrassem. As filhas do barracão anfitrião corriam para preparar uma comida para os visitantes; se esta visita fosse ao cair da tarde, elas se encarregariam de acomodá-los até o dia seguinte. E durante a noite, algumas com ordem do anfitrião se encarregavam de tomar conhecimento sobre o que estivesse acabado nos tabuleiros para repô-los, para que no dia seguinte pudessem continuar sua peregrinação com tranquilidade. Ao amanhecer então, após terem tomado um café reforçado era chegada à hora de partir, então todos se voltavam para o dono do barracão visitado batiam paó e a benção. Um responsável pelo cortejo dizia: “EREBE OLORÚNSAN, BABA MIM, ADUPÉ”, Deus lhe pague por tudo meu pai, obrigado. E escutavam um alegre: OLÓRUN ÍBEWÓ SAN, e Deus lhe paguem pela visita, e assim a comitiva seguia em frente para completar sua peregrinação. Quando retornavam ao seu barracão de origem eram recebidos com festa pelos seus superiores, irmãos e outros que faziam parte de sua comunidade.
Nesta mesma noite ou na noite seguinte tinha início à segunda parte do ritual com o sacrifício dos animais oferecidos aos orixás. Para então começar os festejos próprios do Olubajé.
Para falar de OLUBAJÉ é preciso me reportar ao início do século XX até os meados dos anos noventa, quando este ritual e suas oferendas eram sinônimos de fé, amor e paz. Este era o momento pelo qual às comunidades que professavam o candomblé reuniam seus adeptos e simpatizantes para festejar o deus das doenças de pele, Obaluayê. Momento este que seria aproveitado para agradecer a ele a proteção recebida contra todos os tipos de doenças e também para pedir paz e saúde para sua vida como para os seus. A comunidade e seus simpatizantes se reuniam na maior união e comunhão de fé para preparar os alimentos para um abundante banquete que seria oferecido a todos os presentes nos festejos em homenagem a Obaluayê. Este era um momento de reflexão em busca de saúde, paz, liberdade, compreensão e união. Ocasião de extremo respeito, pois ali estavam também em busca de milagres para alguns males que estivesse a afligir, não só a si como para os seus. Sabiam também que este era o momento único no decorrer do ano que todos tinham com exclusividade não só agradar e reverenciar o Deus da peste e das doenças de modo geral, como também cantarem seus lamentos, dançarem, além de serem agraciados com um rico repasto dedicado a ele.

A PALAVRA OLUBAJÉ
.....Ademola Adesoji, em seu livro “Ifá-A Testemunha do Destino e o Antigo Oráculo da Terra de Yorubá”, escreve: bàjé = estragar.
Dr. Eduardo Fonseca Junior, grande mestre africanista e historiador em seu “Dicionário-Yorubá (Nagô) Português”, escreve: bàjé = corromper, estragar (agora como corruptela afro-brasileira); bájé = menstruação e bajé = comer com alguém. Assim como outros escritores fidedignos, nenhum coloca olubajé como elemento de despacho como alguns acreditam e fazem questão de passar para os incautos. A palavra Olùbàjé designa o ritual onde são servidos alimentos aos participantes em uma verdadeira comunhão com o Deus da Varíola. A mesma palavra, com gráfias diferentes Olùbáje nos leva a um outro significado “Senhor da Putrefação”, um dos títulos de Obalùàiyé visto que as doenças sob seu dominio fazem com que suas vitimas apodreçam ainda em vida.
Então, vejamos:
Bajé = convite para comer.
Olu = senhor, mestre, dono.
OLUBAJÉ = CONVITE PARA COMER COM O MESTRE.
Termo original: OLU BA NI JÉ = O MESTRE NOS CONVIDA PARA COMER.
Com a elisão o I é derrubado, ficando apenas OLUBANJÉ = COMENDO COM O MESTRE........
........UM MANÁ DOS DEUSES
OBALUAYÊ: deus da peste, da varíola, da catapora, das doenças de pele, etc.
Seu banquete era e é composto de um tipo de comida específicos para cada orixá, e de dois ou três tipos especifico para ele, além disso, os animais anteriormente sacrificados em sua homenagem. Tudo deve ser preparado com muito amor, carinho e respeito; tudo muito bem cozido e condimentado, a base de: camarão defumado, cebola, gengibre, noz moscada, kioiô, gergelim, gemas de ovo, sal, azeite doce, azeite de dendê, etc. O necessário para que o seu banquete se torne não só o mais saboroso possível, como também medicinal pela ação de ervas, raízes e frutos contidos no seu preparo. Muito tem se discutido a quantidade de iguárias que devam ser oferecidas durante a cerimônia... em meu conhecimento são num total de 21 comidas, 7 de caráter publico e 14 de caráter privado, que permanecem em uma esteira dentro do Quarto de Santo
Enquanto as pessoas filhas de yabás se desdobram no preparo das comidas, um outro grupo colhe folhas de mamona as lava e as enxuga para só então colocá-las em um balaio para que nelas sejam servidas as comidas.
 DISTRIBUIÇÃO DOS ALIMENTOS
 Este era e é um momento mágico, que todos esperam, o qual tem início logo pós as louvações com cânticos e danças de todos os outros orixás. Neste instante começa o ritual do OLUBAJÉ. Quando então, ao som dos atabaques, vão saindo do quarto de santo onde as oferendas estão arriadas e imantadas pela energia dos orixás e pelos orins e àduras (cânticos e rezas). Em primeiro lugar vem a yalorixá ou babalorixá com seu adjá puxando o cortejo; em segundo uma yabá carregando uma ou duas esteiras, em terceiro um filho (a) de santo carregando o balaio contendo as folhas de mamona, e em seguidas, filhos e filhas, ekedes, ogans, etc. trazendo sobre suas cabeças as panelas, oberós ou bacias contendo os alimentos, os quais devem ser depositados sobre as esteiras estendidas no centro do barracão, para serem distribuídas a todos iniciados ou não. Após comerem o que desejarem junta as pontas da folha que pode estar totalmente vazia ou não e rodam em torno da cabeça três vezes, para só então depositarem dentro de outro balaio que já está a disposição para este fim, pois tudo faz parte das oferendas e logo no amanhecer do dia seguinte irá ser entregue às águas ou as matas.
Outra fato importante, é que o cântico, tanto da saída do quarto com os alimentos sobre a cabeça, como enquanto se alimentam até o final da distribuição dos mesmos quando se dá por encerrado este ritual deve ser este:

E ajeun bó
Olubajé ajeun bó

E, contração de èyi = isso, isto, este, esta.
Ajeun = comida, comer.
Bó = alimentar, comer.
Olubanijé = Olubajé = convite para comer com o mestre.
Ajeun = comida, comer.
Bó = alimentar, comer.
Tradução: ISSO É COMIDA PARA NOS ALIMENTAR, O MESTRE NOS CONVIDOU PARA COMER.

 Texto:
 Pai Wilson d'Oxum (Bambawara)

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE VI - XAPANA NO BATUQUE

XAPANA
Dono das doenças em geral. As pessoas dedicadas a este orixá mostram-se sofredoras, são capazes de abster-se de suas necessidades e interesses para consagrarem o bem-estar dos outros.

Dia da semana: quarta -feira

Cor: lilás, roxo, vermelho com preto.

Número de axés: 07, 14, 77, etc...
Comida: milho, feijão preto e amendoim torrados
Guias: 07 pretas e 07 vermelhas
Parte do corpo que Xapanã rege: pele
Ferramentas: cruz foice, corrente, vassoura e búzio.
Ave: galo preto prateado e casal de galinhas d'angola
Pombo: preto
Quatro - pé: carneiro preto ou cabrito escuro
Peixe: pintado.
Lugar de oferenda: mata, cemitério, e lugar de espinho.
Fruta: uva preta, amendoim e café
Bicho de estimação: cachorro e mosca
Função: dono da doença
Flor: lírio roxo
Sobrenome de Orixás: Jubiteiú, Bidansú, Taió, Tonhô, , Omilaió, Biguensú, Ledjú, Obaluaê, Kostangue, Onobo, Sapatá, Barum, Omolú, Biotá, Sobô, Jobitaío, Buruku, Fomilaío, Balua e Orocô
Adjuntós: Xapanã Jubeteí com Oiá ou com Obá, Xapanã Belujá com Iansã ou com Oxum Olobá, Xapanã Sapatá com Iansã ou com Obá 
Características: dono da doença
Apelido: mosqueiro
Doce: rapadura de amendoim
Ervas: guanxuma, arruda e gervão.
Santo que o representa: São Lázaro e Senhor dos Passos
Saudação: Abáo
Dia do ano: 17 de dezembro

Também conhecido como Omulu ou Obaluaê, Xapanã é o termo mais utilizado no Batuque.É uma das mais importantes divindades cultuadas nos cultos Afros, pois está ligado á saúde. Orixá que gera o bom funcionamento do organismo, Deus das pestes e das moléstias. Possui o rosto coberto pelo filá (espécie de máscara feito com palha da costa) para evitar que se olhe diretamente no rosto a marca deixada pelas chagas. Xapanã é o orixá feiticeiro e faz parte de seus objetos mágicos o pilão com o qual esmaga seus feitiços e a vassoura com que varre os males. Considerado velho, impertinente, ranzinza e vingativo, Xapanã é muito respeitado pelo povo Batuqueiro.
Este orixá tem duas formas de representação: Xapanã velho e o jovem, o Xapanã Sapatá. O primeiro tem forte passagem junto aos mortos sendo ele extremamente importante nos rituais fúnebres. As pessoas dedicadas a este orixá mostram-se introspectivos, reservados, observadores, modestos, simples e misteriosos, são capazes de abster-se de suas necessidades e interesses para consagrarem o bem-estar dos outros. São também apaixonados e estão sempre vivendo um grande amor, normalmente frustrado. Amantes constantes e excelentes parceiros.

Características Positivas: pensativo, prestativo, sinceros, honestos, desinibidos, sóbrios, equilibrados, decididos e falantes.

Características Negativas: Rabugentos, ranzinzas, são do tipo nervosos e ansiosos, vingativos, jamais esquecem uma ofensa.

Lendas
"Obaluaê era originário de Empé (Tapá) e havia levado seus guerreiros em expedição aos quatro cantos da terra. Uma ferida feita por suas flechas tornava as pessoas cegas, surdas ou mancas. Obaluaê-Xapanã chegou assim ao território mahi no norte do Daomé, batendo e dizimando seus inimigos, e pôs-se a massacrar e a destruir tudo o que encontrava a sua frente. Os mahis, porém, tendo consultado um babalaô, aprenderam como acalmar Xapanã com oferendas de pipocas. Assim, tranqüilizado pelas atenções recebidas, Xapanã mandou-os construir um palácio onde ele passaria a morar, não mais voltando ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou. Apesar dessa escolha, Xapanã continua a ser saudado como Kábíyèsí Olútápà Lempé (" Rei de Nupê em país Empê).
Conta uma lenda que um caçador dedicado ao culto de Obaluaê encontrou na selva um grande antílope e preparou-se para abate-lo. Naquele momento o bicho empinou suas patas dianteiras e, instantaneamente, o dia escureceu, impedindo o tiro do caçador. Quando a luz voltou, o jovem se viu diante de um feiticeiro (Aroni), que lhe entregou um patuá poderoso - que deveria ser colocado diante de sua casa - e um apito, com o qual ele poderia chamá-lo em caso de necessidade. Sete dias se passaram quando a terra do Molusi (Omulu) foi assolada por uma peste de varíola. Lembrando-se do Aroni, o caçador soou o apito e lhe apareceu o mago, que era o próprio Xapanã, que debelou a varíola e fez do seu Molusi o rei daquela terra, onde foi erigido um grande templo dedicado a Xapanã

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE V - NSUMBO/KAVIUNGO



Nsumbo/Kaviungo (Obaluaye)

Nkisi que nos aponta um principio e um fim, capaz de captar todas as influencias negativas de casas e pessoas, ídolo da desintegração.
Na  nação angola , é a ele que chamamos para levar o muenga (iniciado) até o iungo (terra), a ele também pedimos na catulagem, e na hora de maior fundamento lá está ele , aquele que carrega os maiores segredos da nação...
É filho de ZUMBARANDÁ e LEMBARAGANGA. Irmão adotivo de MUKUMBE e ALUVAIÁ e irmão carnal de TEMPO e ANGORO.
A varíola é a punição que ele aplica aos maus feitores. Quando morre uma pessoa, KAVIUNGO senta-se em cima do corpo , reivindicando seus direitos. Está relacionado a terra, os troncos das árvores e os ramos. Transporta o AXÉ preto, vermelho e branco, seu maior segredo é com os espíritos contidos na terra, que são seus irmãos e de quem ele é o maior símbolo. Assim como ZUMBARANDÁ, ele é o patrono dos CAURIS. Ele usa em suas vestimentas um capuz de palha da costa, chamado AXÓ YIKÓ, que lhe foi dado por seu irmão GONGOBIRA , para que cobrisse as chagas e, principalmente, seus olhos, pois, contêm todo o brilho do sol e quem olhasse perderia a visão. O AXÓ YIKÓ é um material de grande significado, pois, participa de todos os rituais ligados a morte. A presença de YIKÓ é indispensável, em todas as situações que se maneja com o sobrenatural. O YIKÓ é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas de YIGYOGÓRO, árvore sagrada, que produz a palha obtida dos talos do olho da palmeira, quando nova, antes delas abrirem-se e curvarem-se.
O fato de cobrir-se com YIKÓ e ornar-se com búzios e cabaças, mostra que estamos na presença de um Òrixá ligado, diretamente, com a morte, cujas faculdades destruidoras são de difícil controle.
Segundo as lendas, ele é irmão mais velho de KAMBARANGUANGE. KAMBARANGUANGE destronou um KAVIUNGO velho e assumiu seu lugar, por esta razão existe a guerra entre os dois Òrixás. Pessoas de KAVIUNGO não pegam no XÈRE nem participam da roda de KAMBARANGUANGE. No KUKUANA não entra AMALÁ e na comida de KAMBARANGUANGE não entra DEBURUS.
KAVIUNGO usa miçangas pretas e brancas ou pretas, vermelhas e brancas, dependendo da qualidade, amarelo, preto e marrom.
Sendo OMOLÚ o dono da terra, é ele quem nos dá todo o tipo de alimentos, inclusive, a ele pertencem todos os grãos.
Os KISSICARANGOMBE tem que ter respeito pelos atabaques, pois, KAVIUNGO é o dono dos couros. Este nkice é o padrinho de todos os KISSICARONGOMBE. Quando vamos dar comida aos atabaques, damos comida a KAVIUNGO.
A KAVIUNGO pertence o porco, cabrito, frangos, galos carijós, frangos rajados, d'angola, tatu e cágado. Carneiro é sua grande KIZILA. Pega, também, patos pretos e brancos.


QUALIDADES
- TATETO KULAMBA RIA WUNGANA ( Equivalente a SAPONAN no Kétu )
É o mais antigo. É proibido falar seu nome. Na África quando se fala seu nome, coloca-se mel na boca. Come com ALUVAIÁ e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com GONGOBIRA e é o deus da varíola e das doenças de pele. Era êle quem dizimava nas aldeias. Suas contas são brancas e pretas.
- TATETO KULAMBA RIA TAKUBENANGUANGE ( Equivalente JAGUN ou AJAGUN no Kétu )
Tem caminhos com LEMBARAGANGA. É jovem e guerreiro. Leva na mão uma lança chamada OKÓ. É vingativo, ambicioso, luta para alcançar posição alta sem ver de que maneira. Tem caminhos com MUKUMBE TANGO AVANGO, LEMBÁ, MONAKAIA ( AIRÁ ), ALUVAIÁ e MALEMBÁ. Êle é cultuado no dia 17 de dezembro, veste branco e preto e suas contas são rajadas. O seu cuscuzeiro leva uma seta só, vem dentro de uma bacia com 9 pratinhos brancos de barro. Seu verdadeiro encanto, como dos outros, é o cântaro ( moringa de uma asa só ) . Neste cântaro pôe-se jóias e dinheiro. Êle não come feijão preto. Come miúdos de boi no azeite doce, os outros comem com demdê. Êle é o único que come ÌGBÍN.
- TATETO KULAMBA RIA BELAGUANGE ( Equivalente a AZAUANI no Kétu )
É jovem, veste preto e branco como suas contas. Tem caminhos com TEMPO e ANGORO. Come tatu na praia.
- TATETO KULAMBA RIA KANJANJA.
- TATETO KULAMBA RIA APANANGO.
- TATETO KULAMBA RIA KATULE.
- TATETO KULAMBA RIA KAFUNGE.
 NSUMBU (*) ANGOSSARA
DUNDE SALE (**)
DUNDARÁ (**) MALAIZO
KINGONGO (***)
KAFUNAN KASSUENZO
KAKAWANI
KATEN KATULÈ*
KIMBONGO
KATUIZO(****)* KATURA GONGUÈ * KALELE
KATULEMBARASSIMA* SUMBUNANGUÈ KAFUNGÈ
KATUBELANGUANGE* KAWUNDEN
* Os KATU - cor clara - preto e branco - têm idade - comem com Lembá
(*) Ligado à vida
(**) Os que têm DUN no nome são perigosos.
(***) Ligado à morte como Xapanã
(****) Izo = fogo - ligado a Pambunjila e Kaiangu

Camafunge –Kuquete – Kaviungo – Pokoran – Ndondo – Ingana – Kafunge – Kanjanjá – Burungunço – Nsumbu – Ndundo – Ntoto – Kavungo – Kalungangombe –Ajebelunje – Kingongo – Kuango – Kualanvango – Iungo – Cabalanguanje –Siengo – Apanango – Katulê - Tateto Kisangaria Icungo (Terra)- Burungunça – Kitungo – Kassuenzô – Kissanje – Tateto Kisanga Ria Kalunje Ngombe (Morte) – Kafundegi –Kijenje – Uambo Kitungo –Ndongo – Ancestrais
UNSABA
-Mangerona, canela de velho, alunam, café do mato, balaio de pombo, agapanto lilás, erva moura, beldroega vemelha, gervão roxo, sete sangria, espinheira santa, sabugueiro, crizântemo e bomina.

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE lV - SAKPATA SIMBOLOS

SAKPATÁ
 Direito da foto Samuel Abrantes 
As cores de contas e roupas usadas por esses Voduns podem variar de acordo com o gosto de cada um. Todos usam roupas feitas de palha da costa sendo umas mais curtas e outras mais compridas. Sakpatá usa todas as cores e o estampado, sempre com a presença das cores escuras. 


Símbolo fortemente ligado a Sakpatá, a palha da costa é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas, extraídas de uma palmeira cujo nome científico é Raphia vinifera. No Brasil, recebe o nome de Jupati. A palmeira é considerada a "esteira da Terra". A palha da costa, tendo sua origem na palmeira, ganha o simbolismo universal de ascensão, de regenerescência e da certeza da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos. Um símbolo da alma. Além de proteger a vulnerabilidade do iniciado, sua utilização também é reservada aos deuses ancestrais, numa reafirmação de sua ancestralidade, eternização e transcendência.



Os Sakpatás podem trazer nas mãos o xaxará, ou o bastão, a lança, o illewo ou ainda, uma pequena espada. A maioria deles gostam de manter o rosto coberto pela palha da costa, outros gostam de mostrar o rosto. 
 (Direito da foto Samuel Abrantes) 









O búzio, simboliza a origem da manifestação, o que é confirmado pela sua relação com as águas e seu desenvolvimento espiralóide a partir de um ponto central. Simboliza as grandes viagens, as grandes evoluções, interiores e exteriores.
Todos gostam muito de usar búzios e chaorôs (guizos). 

É associado as divindades ctonianas, deuses do interior da terra. Por extensão, o búzio simboliza o mundo subterrâneo e suas divindades. 

O chaorô (guizo), tem simbologia aproximada a do sino, sobretudo pela percepção do som. Simboliza o ouvido e aquilo que o ouvido percebe, o som, que é reflexo da vibração primordial. A repercussão do chaorô é o som sutil da revelação, a repercussão do Poder divino na existência. Muitas vezes têm por objetivo fazer perceber o som das leis a serem cumpridas.
Universalmente, tem um poder de exorcismo e de purificação, afasta as influências malignas ou, pelo menos, adverte da sua aproximação. Sem dúvida, simboliza o apelo divino ao estudo da lei, a obediência à palavra divina, sempre uma comunicação entre o céu e a terra, tendo também o poder de entrar em relação com o mundo subterrâneo.




O lakidibá, fio de conta de Sakpatá, é feito do chifre do búfalo. Tem o sentido de eminência, de elevação, símbolo de poder, um emblema divino. Ele evoca o prestígio da força vital, da criação periódica, da vida inesgotável, da 

fecundidade. Devemos lembrar que chifre, em hebraico "querem", quer dizer, ao mesmo tempo, chifre, poder e força. O lakidibá não sugere apenas a potência, é a própria imagem do poder que Sakpatá tem sobre a vida e a morte. Na conjunção do lakidibá e do deus Sakpatá, descobrimos um processo de anexação da potência, da exaltação, da força, das quatro direções do espaço, da ambivalência. Encontramos o lakidibá em duas cores: preto e branco. Ele também contém a bondade, a calma, a força, a capacidade de trabalho e de sacrifício pacífica do chifre do búfalo, de onde origina-se. Rústico, pesado e selvagem, o búfalo é também considerado divindade da morte, um significado de ordem espiritual, um animal sagrado. Na África, o búfalo (assim como o boi), é considerado um animal sagrado, oferecido em sacrifício, ligado a todos os ritos de lavoura e fecundação da 
terra. O lakidibá é entregue ao adepto somente na obrigação de sete anos. 


Presença certa em tudo ligado a Sakpatá, o duburu (pipoca) representaria as doenças de pele eruptivas, cujo aspecto lembra os grãos se abrindo. Jogar o duburu assumi o valor e o aspecto de uma oferenda, destreza e resistência. O ato de jogar se mostra sempre , de modo consciente ou inconsciente, como uma das formas de diálogo do homem com o invisível. Tem por alvo firmar uma atmosfera sagrada e restabelecer a ordem habitual das coisas, é fundamentalmente um símbolo de luta, contra a morte, contra os elementos hostis, contra si mesmo.

Os narrunos (sacrifícios) para esses Voduns devem sempre ser feitos com o sol forte e cada um deles especifica o que querem comer. Isso quer dizer que, não existe uma única maneira de agradá-los. Eles não gostam de barulho de fogos de artifícios. Uma vez por ano, os Kwes fazem um banquete para as Divindades do Panteão de Sakpatá, onde devemos comer, dançar e cantar junto com os Voduns. Os demais Voduns do panteão da terra, sempre são convidados a compartilhar desse banquete. Os jejes acreditam que, com essa cerimônia oferecida a essas divindades, todas as doenças são despachadas do caminho do Kwe e de seus filhos.

Esse banquete é colocado dentro do peji ou do quarto onde mora Sakpatá e os demais Voduns de seu panteão. Toda a comunidade vêm saudar o Deus da varíola e seus descendentes, comer e dançar junto com eles e, ali mesmo, é servido o banquete para todos os presentes. Após essa cerimônia, Sakpatá e os demais Voduns, vestem suas roupas de festa e vão para a Sala (barracão) comemorarem seu grande dia, junto com a comunidade que os aguardam. Quando entram na Sala, todos gritam louvores à eles, dançam e cantam, louvando o Deus da varíola, que traz a cura de todas as doenças.

Suas danças e cânticos lembram sempre os doentes, as doenças e a cura das mesmas. Algumas falam das lutas que esses Voduns enfrentaram com a rejeição das comunidades com sua presença e outras falam das vitórias que tiveram sobre todas as comunidades que a eles vieram pedir ajuda.

Os Sakpatás trabalham muito e têm um interessantíssimo papel nas feituras de Voduns. Do início ao fim de uma ahama (barco de yaô), eles atuam com rigidez e vigor, mantendo o bom andamento, principalmente dos bons costumes morais e, cobram "feio" caso alguém cometa alguma falha. Eles são, na verdade, as testemunhas de uma feitura. Após a feitura, se um filho negar alguma coisa que tenha sido feita, eles são os primeiros a cobrarem desse vodunci a mentira que ele está dizendo, assim como também cobram a quebra de segredos.

Todas as folhas refrescantes para ferimentos, pertencem a esses Voduns.

Vale alertar que existem Orixás e Inkices também ligados a cura e doenças porém, não são os mesmos deuses que os Voduns da família Dambirá, da nação Jeje. Muitas confusões são feitas e, encontramos várias bibliografias relatando origens, especificações e costumes que nada têm a ver com o Vodum Sakpatá.

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE IIl SAKPATA


Sakpata – é a denominação fon do Vodum do panteão da terra. É o grande Ayi-vodun dos Ewe-fon, por isso intitulado Ayinon (o dono da terra). Considerado filho mais velho de Mawu ele é enfim, o Rei do Mundo, originariamente vodun senhor da varíola e, por extensão, de inúmeras enfermidades contagiosas que deformam o corpo. Todo o povo fon o teme enormemente e o cultua fervorosamente e possui uma grande quantidade de representações, cada uma sendo um aspecto de doenças e infecções. A tradição aponta a origem do culto de Sakpatá na localidade de Kpeyin Vedji, um enclave iorubá dentro do território Mahi a noroeste de Abomei. Desta dupla procedência permanece a curiosidade de que Sakpatá é considerado uma divindade iorubá ("nagô") pelos fon e gun ("jêje") pelos iorubás. 
Para o povo Jeje, Sakpatá foi trazido para o Dahomey, por Agajá, no século XVIII, vindo da cidade de Dassa Zoumé, mais precisamente, da aldeia de Kpeyin Vedji.
Todos os Voduns, pertencentes ao panteão de Sakpatá, são da família Dambirá.
Nesse panteão temos vários Voduns. O mais velho que se tem notícia é TOY AKOSSU, no transe, ele se mantém deitado na azan (esteira). Dizem os mais velhos, que Toy Akossu é o patrono dos cientistas, ele dá à eles inspirações para a descoberta das fórmulas mágicas que curarão as doenças e as pestes. Ele é a própria "doença e cura", como também um excelente conselheiro.
TOY AZONCE é um outro Vodum velho, porém mais novo que Toy Akossu. Seu assentamento fica em local bem isolado do Kwe, sendo proibido tocá-lo. Somente UMA pessoa designada por ele mesmo pode tratar desse assentamento. É Toy Azonce quem sempre faz todas as honras para seu irmão Toy Akossu, quando ele está em terra.
TOY ABROGEVI é um Vodum velho, filho de Toy Akossu, que gosta de comer quiabo com dendê, paçoca de gergelim e fumar cachimbo de barro. Toy Abrogevi gosta muito de Badé e se tornou muito amigo dele. Foi com Badé que aprendeu a comer e a gostar de quiabo.
 São tantos Voduns desse panteão que seria praticamente impossível descrever cada um aqui.
 Esses Voduns são rigorosos no que tange a moral e os bons costumes.
Nunca admitem falhas morais dentro dos kwes e, quem faz essa fiscalização para eles é Ewá, filha de Toy Azonce.
KOHOSSÚ, cujo nome significa "Rei da Lama" é o pai de todos os Sakpatás; 
NYOHWE ANANÚ, dona da água parada que mata de repente é a mãe, e são ambos filhos de Nà Buùku. 
DA ZODJI, envia a disenteria e os vômitos, considerado o mais velho de todos. Ele não tem braços ou pernas e é carregado numa padiola, mas tem o poder da invisibilidade e, apesar do defeito físico, comanda todos os Sakpatás. 
DA LANGAN come a carne das pessoas ainda vivas. 
DA SINJI traz as inchações e tromboses. 
AGLOSSUNTÓ é responsável pelas feridas e chagas que nunca cicatrizam. 
ADOHWAN castiga perfurando os intestinos. 
AVIMADJÉ é o que leva as almas dos que morreram punidos por Sakpatá. 
BOSSU-ZOHON é o grande feiticeiro. 
ALOGBÉ possui cinco braços e é ligado aos tohossú 
ADAN TANYI é filho de Da Zodji, e traz a lepra. 
SUVINENGUÉ um abutre com cabeça humana e é filho de Da Langan. 


Existem várias outras denominações: Agbologbodji, Tonekpó, Gbazu, Ahossú Ganhwa, Kpadadadaligbo (que é fêmea) etc., cujos nomes, atribuições e lugar dentro da "família" varia de região para região.
Uma outra tradição conta que Sakpatá é uma divindade dupla, tanto macho como fêmea. O macho sendo Da Zodji e a fêmea sua irmã Nyohwe Ananu, gêmeos nascidos do primeiro parto da entidade andrógina Mawu-Lissá. 
Sakpatá é cultuado em seus templos sob um aspecto duplo. Possui o aspecto Jeholú ("Rei das Jóias", que seriam as pústulas trazidas pela varíola) que é tratado internamente e não recebe sacrifícios de sangue diretamente, mas é lustrado com uma mistura de sangue e azeite de dendê e envolto por panos. O aspecto Zun-holú ("Rei da Floresta") fica do lado de fora, recebe os sacrifícios de sangue diretamente sobre ele e é coberto por rodilhas de ramos secos da palmeira de ráfia (Raffia vinifera) palha-da-costa, e é um montículo que pode ser mais alto do que um homem. Os sacerdotes e fiéis o tratam como um ente vivo, o reverenciam, abraçam, etc. Zun-holú de tamanhos mais modestos podem ser vistos diante dos hunkpame de outros voduns, sobretudo nos de Heviossô. 
A iniciação de Sakpatá entre os fon consiste em duas partes. Na primeira e mais longa, os neófitos permanecem no hunkpame vários meses submetendo-se a disciplina rígida de silêncios, jejuns, aprendizagem de cânticos e danças rituais e nesta eles são chamados de agamassi. No final desta fase, as famílias juntam dinheiro para realizar um grande ritual, no qual os neofitos morrem simbolicamente e ficam escondidos por três dias dos olhos de todos, e depois são trazidos para fora enrolados em mortalhas e são publicamente "ressucitados" pelo Aklunon (ministro do culto). A partir daí eles recebem seus nomes de iniciação e passam a ser chamados de Anagonu, por causa da acreditada origem nagô do vodun; ou "Azonsi", que em francês se escreve Azonsu.
No antigo Reino do Daomé, o culto de Sakpatá era olhado com suspeita, às vezes banido (e o foi, definitivamente, de Abomei). Uma vodunsi de Sakpatá não pode ser dada como esposa para o rei, e havia sempre a suspeita maior de que seus sacerdotes espalhavam deliberadamente a doença para aumentar seu poder. Mas outra questão importante neste caso é o fato de que Sakpatá abertamente desafia o poder real portando os títulos de Ayinon e Jeholú, que são títulos que o rei também possui.

No Brasil
Na Diáspora, o culto de Sakpatá foi usualmente misturado ao de sua versão iorubá, Obaluaiyê.
No Candomblé Jeje, ele é conhecido como Azonsu ("O" Doença), grafado no Brasil como "Azunsu" ou Ajunsun e Azonwanu (o que tem o cheiro da doença), grafado no Brasil como "Azoani" ou Azauani, sendo este segundo nome também conhecido na Santeria cubana como "Asojano".