Dizer q Iya mi é um culto só de mulheres é mais um absurdo, o que dizer dos Osos?
Eu já ouvi de tudo até que Iya mi é cultuada para maldade,eu só posso dizer que tudo isso é loucura ,a função de iya mi na filosofia yoruba, é a coordenação dos Ajoguns,Iku a morte,arun a doença,ofo o prejuízo ou perda,e outras dificuldades que o homem encontra em sua existência,a liberação dos ajoguns ou não esta ligada a uma série de fatores,assim como o próprio destino que conforme a cultura religiosa yoruba em parte é escolhido por nós mesmos.
Diante de tais informações,erradamente divulgada eu tenho a dizer que se você quiser agradar seus antepassados femininos e buscar uma existência em harmonia com passado e o presente eo futuro certamente deve cultuar Iya mi.
A essência jamais deve ser esquecida não existe figura mais respeitada para os yorubas que a mãe ,é muito difícil aceitar que a mais importante das divindades se tornou uma bruxa no nosso país essa que representa todas as mães inclusive a mãe terra deve ser respeitada em todos momentos.
feminino ,masculino,e a fecundidade no culto aos orisas
Feminino,masculino Eu me surpreendo quando as pessoas iniciadas ainda não conhecem algumas coisas básicas no culto aos orisas , feminino e masculino interagem buscando assim a fecundidade.Olhando com calma o Igba de um Orisa (vasilha do assentamento) vamos perceber claramente os componentes femininos e masculinos ,tudo em um perfeito equuilibrio buscando assim a representação da fecundidade e a interação.
Eu sei que nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de aprender tudo isso mas se fazemos parte da religião dos orisas e entendemos os orisas como parte da natureza é muito fácil concluir tais afirmações,em todos os momentos vemos na natureza essa interação dos elementos femininos e masculinos.
Os iniciados na sociedade Ogboni quando saúdam a terra colocam de forma bem clara a mão esquerda com o punho serrado sobre a direita (também serrada) para só ai colocar a sua cabeça, caracterizando assim o total respeito a Iya Alela (mãe terra) feminina e a dedicação dos homens icicíados em Ifa ( Orunmila masculino) assim como no culto de Egungun a presença de Oya tem essa representação de interação assim como a presença do Oso no culto de Iya mi também tem o mesmo sentido, tudo se completa e jamais se separa.
A importância dos elementos femininos e masculinos,assim como mineral,vegetal e animal constituem o equlíbrio necessário para a realização do culto aos orisas.
Eu sei que essa visão ainda é muito nova em nosso país, mas a verdadeira origem em alguns casos é o oposto do que foi ensinado aqui, mas também devemos considerar o quanto se perdeu de informação ao longo da história.
Egún e Òkú
Os povos de origem yorùbá tem um nome especial de tratar
seus antepassados, egún, esse termo identifica o antepassado masculino e
espíritos divinizados através de rituais específicos, onde o morto passa a ser
considerado de forma especial, ele recebe um novo nome e começa ser cultuado
junto ao assentamento dos demais antepassados.
Os yorùbás acreditam que o culto a egún serve para
harmonizar a pessoa com o passado, mas principalmente para reverenciar aqueles
que contribuíram para a nossa existência, pois como todos sabemos sem passado
não existe presente e muito menos futuro.
Os espíritos dos mortos na cultura yoruba recebem o nome de Òkú,
não é todo Òkú que se torna egún, mas todo egún um dia foi um Òkú.
Obs: Não confundir com Baba Egúngún.
A diferença esta nos rituais próprios para tornar o Òkú um
ser divinizado, esses rituais podem ser feitos somente para os espíritos de
pessoas iniciadas no culto de òrìsà ou de egúngún, é claro que existe outros
pré-requisitos para que esse processo de divinização seja efetuado, o homem
quando vivo deve ter um comportamento exemplar se pretender um dia ser cultuado
como egún.
No Brasil existe uma diferença em relação ao que é feito no
território yorùbá, aqui se acredita que os egún jamais devem ter contato direto
com as pessoas, isso para a tradição yorùbá não procede, os antepassados ficam
felizes com esse contato, essa é uma das formas de harmonizar o espírito com
seus descendentes.
Quase todo espírito (Òkú) cria problema para os seus descendentes
se não for cuidado de forma adequada, normalmente a falta de rituais fúnebres
próprios e o despreparo das pessoas para cumprirem algumas exigências básicas
nessa relação homem espírito, terminam criando esse conflito.
Na cultura yorùbá existe uma sociedade secreta que se
encarrega dos rituais fúnebres, esses sacerdotes cultuam uma divindade chamada
Oro, que no Brasil ainda é um pouco desconhecida.
No tocante aos espíritos dos antepassados femininos, é muito
raro que seja cultuado de forma individualizado, normalmente é cultuado de forma
genérica na sociedade secreta das Iya mi, exemplo ìyá mi Osoronga.
Exemplos de culto:
1-
Egúngún, culto de espíritos masculino
individual.
2-
Oro culto de espíritos masculino coletivo.
3-
Ìyá mi, culto de espírito feminino coletivo.
Observação: Não confundir com o culto aos Òrìsàs, espíritos
divinizados, e com culto no Brasil relacionado às forças da natureza.
Para melhor entendimento, não confundir com caboclos
cultuados na Umbanda religião de origem Brasileira, Que definiríamos como uma
forma semelhante de cultuar egún, porém com diferenças, pois os espíritos da
Umbanda tem ligação com a cultura Banto, indígena, ou oriental.
Obs: Toda a pessoa iniciada òrìsà ou ifá deveria cultuar
seus antepassados.
O culto a egúngún propicia equilíbrio, confiança e
segurança, além de um elo com inúmeras gerações de antepassados que tem em nós
os seus representantes e divulgadores de seus feitos sendo assim nós temos a
obrigação de referencia-los.
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