Escrever sobre filosofia religiosa yoruba exige sobre tudo coragem e ousadia, aquele que tenta divulgar orixá e sua forma de pensar em um país a onde a grande maioria se declara católico.
Fui surpreendido com o resultado de uma pesquisa que fiz na internet, em nosso bairro a grande maioria das pessoas se declaram católicos ou evangélicos.
Escrever para pessoas que não assumem sua religião publicamente é muito complicado, imaginem então, escrever sobre filosofia yoruba para pessoas que aprenderam a pensar como católicos.
Para nós iniciados em orixá o pecado não existe pressupor pecado implica em aceitar que se eu pequei e cumpri a penitencia fui perdoado, na religião tradicional yoruba se você cometer erros mesmo que venha se arrepender as implicações do erro não deixaram de existir.
No odu Ògúndá Òfún fala sobre o comportamento do ladrão e traidor, indicando no próprio texto cautela ao iniciar as pessoas para quem se apresenta esse odu, se Òrúnmìlà orienta para ter cautela é porque existem indicativos de falta de caráter.
Ògúndá Òfún:
Um mentiroso mente e suas mentiras o destroem.
Um traidor faz dano para ele mesmo.
Estas foram as declarações de ifá para Òrúnmìlà, quando o mentiroso e traidor queria se converter em seu discípulo.
“Solagbade Popoola”
A verdade é que ao longo do tempo em nosso país foi divulgado que a nossa religião esta de braços abertos para os faltosos, em parte é verdade, estamos de braços abertos, mas isso não quer dizer que você comprou um passaporte para a impunidade.
Há algum tempo um Bàbàláwo recém-iniciado me perguntou se quem passa por todos os rituais do itelodu estaria protegido por um longo tempo de energias negativas, a minha resposta para ele foi não.
Mesmo que você tenha passado por todos os rituais que uma iniciação exige, se você não mudar sua forma de pensar e agir, a permanência da energia adquirida na iniciação termina se esvaindo.
A religião que eu pratico não é a mesma das pessoas que atendem traficantes e assassinos, seria infantilidade afirmar que orações dirigidas a um orixá possam trazer benefícios para alguém que vende drogas para crianças ou que tira a vida de inocentes.
Os desavisados podem concluir então que a nossa religião é só para pessoas perfeitas, na realidade todas as religiões deveriam servir para as pessoas que querem abandonar posturas antigas, deveriam servir para pessoas que estão tentando mudar e evoluir como seres humanos.
Se você busca a transformação o orixá é o caminho, mas se você acredita em absolvição esta na religião errada, as nossas atitudes nos envolvem e podem nos condenar ou nos absolver.
Quem não estiver com intenção de melhorar certamente não vai ter as suas suplicas atendidas, o desonesto reza e não é escutado, ao contrario daquele que tem boas intenções, que até os seus pensamentos são ouvidos.
Orixá e a transformação.
Algumas pessoas vieram me perguntar se existe pecado na religião tradicional yoruba, é interessante o raciocínio das pessoas que praticam uma religião mais não a vivenciam.
Vamos analisar o seguinte exemplo:
O sujeito chega em sua casa no fim da tarde cansado do trabalho, beija a sua esposa e diz para ela que estava com muita saudade e que a ama muito.
Na realidade ele não estava no trabalho, ele estava em um lugar reservado com outra mulher com a qual mantém um relacionamento escondido.
O sujeito em questão diz que estava trabalhando, mas na verdade ele engana, mente e ludibria as pessoas em seu trabalho.
Será que existe lei do retorno para essas pessoas no mínimo equivocadas em seu agir e seu pensar?
O orixá não esta enxergando tudo isso?
Não importa se o motel é na barra da tijuca ou em Paris, ou se o dinheiro esta na cueca ou em uma conta na Suíça, os orixás tudo veem e tudo sabem.
O que acontece é que em todas as religiões temos o livre arbítrio e quase tudo que aqui se faz aqui se paga.
Quando assumimos um comportamento improprio ou inadequado com consciência do que estamos fazendo, as lembranças assumem a posição de carrasco.
Se os olhos estão abertos e as pessoas estão conscientes, a imagem é capturada e imediatamente arquivada no cérebro.
Dessa forma quando as pessoas se conscientizam das falhas, terminam sendo vitimas de suas lembranças, além é claro de se distanciarem da essência positiva do orixá.
Os equívocos e as falhas fazem parte de nosso dia a dia, a perfeição é quase impossível, porém quando os mesmos erros se repetem isso deixa de ser um equivoco e termina sendo um traço negativo da personalidade.
A razão primeira de cultuar orixá é religar com o divino, todo iniciado tem obrigação de melhorar, a necessidade de evolução e do aprimoramento do caráter exterioriza o sentimento mais comum que é a sobrevivência.
O ifá é desaconselhável para os que se consideram perfeitos, só quem pretende melhorar deve ser iniciado, quem não quer seguir regras e obedecer à hierarquia é por que sabe mais que o orixá então deve criar sua própria religião.
O maior de todos os feitiços.
Nos encontros que tenho com as pessoas para falar sobre ifá sou surpreendido com a quase total falta de conhecimento das pessoas sobre os orixás.
Fico muito aborrecido quando ouço algumas afirmações cobrando dos orixás transformações que jamais deveriam ser atribuídas as divindades, o homem é um ser mutável e pré-disposto a assimilação rápida, o convívio deveria implicar em um amadurecimento e na evolução da espécie ao contrario disso me deparo com inúmeras pessoas que o cabelo ficou branco, mas que a total falta de caráter predomina, contradizendo a máxima que o homem amadurece e fica sábio.
O maior de todos os feitiços aquele que sentencia o homem ao insucesso, é a falta de caráter, quando o individuo rouba, trai e mente ele se afasta da sua essência, primária, divina.
A origem do homem é fruto de Deus, mas o homem enquanto produto constituído fruto do divino com suas atitudes distancia-se dos benefícios criados por Olódùmarè e os orixás, a mudança de atitude é o ponto de partida para a evolução.
Sendo assim a mudança deve ser a partir do comportamento e das atitudes, para que aja a transformação o processo deve acontecer de dentro para fora e não ao contrario, o bom caráter abre caminhos e cria oportunidades atraindo a sorte.
É comum ver sacerdotes preparando ebos para seus iniciados com o intuito de afastar as negatividades, sem que tenham abordado com seus discípulos questões que envolvem o bom comportamento e as atitudes positivas implicando assim na grande maioria das vezes em uma sequencia de insucessos.
A tolerância, a paciência, a bondade e o desprendimento assim como a honestidade e a verdade implicam no processo de limpeza dos canais de comunicações com o orixá, o bom caráter fala e é ouvido, o mau caráter reza e não é escutado.
A avareza, o egoísmo e a mentira assim como a traição e a desonestidade isolam o homem dos orixás e de seus semelhantes, a postura negativa é sem dúvida a maior das magias maléficas.
Dizem que o mestre aparece quando o discípulo está bem preparado, na verdade o discípulo só esta preparado quando os dois tem bom caráter, o exemplo é a melhor de todas as lições contrariando sempre a frase que diz “faça o que digo, mas não faço o que faço”.
Nos versos de ifá encontramos orientação de qual caminho seguir, porém se somente passamos por cerimonias e dentro de nós nada muda não chegamos a lugar nenhum.
Por essa razão antes de reclamar que você não tem sorte analise as suas atitudes.
Nos encontros que tenho com as pessoas para falar sobre ifá sou surpreendido com a quase total falta de conhecimento das pessoas sobre os orixás.
Fico muito aborrecido quando ouço algumas afirmações cobrando dos orixás transformações que jamais deveriam ser atribuídas as divindades, o homem é um ser mutável e pré-disposto a assimilação rápida, o convívio deveria implicar em um amadurecimento e na evolução da espécie ao contrario disso me deparo com inúmeras pessoas que o cabelo ficou branco, mas que a total falta de caráter predomina, contradizendo a máxima que o homem amadurece e fica sábio.
O maior de todos os feitiços aquele que sentencia o homem ao insucesso, é a falta de caráter, quando o individuo rouba, trai e mente ele se afasta da sua essência, primária, divina.
A origem do homem é fruto de Deus, mas o homem enquanto produto constituído fruto do divino com suas atitudes distancia-se dos benefícios criados por Olódùmarè e os orixás, a mudança de atitude é o ponto de partida para a evolução.
Sendo assim a mudança deve ser a partir do comportamento e das atitudes, para que aja a transformação o processo deve acontecer de dentro para fora e não ao contrario, o bom caráter abre caminhos e cria oportunidades atraindo a sorte.
É comum ver sacerdotes preparando ebos para seus iniciados com o intuito de afastar as negatividades, sem que tenham abordado com seus discípulos questões que envolvem o bom comportamento e as atitudes positivas implicando assim na grande maioria das vezes em uma sequencia de insucessos.
A tolerância, a paciência, a bondade e o desprendimento assim como a honestidade e a verdade implicam no processo de limpeza dos canais de comunicações com o orixá, o bom caráter fala e é ouvido, o mau caráter reza e não é escutado.
A avareza, o egoísmo e a mentira assim como a traição e a desonestidade isolam o homem dos orixás e de seus semelhantes, a postura negativa é sem dúvida a maior das magias maléficas.
Dizem que o mestre aparece quando o discípulo está bem preparado, na verdade o discípulo só esta preparado quando os dois tem bom caráter, o exemplo é a melhor de todas as lições contrariando sempre a frase que diz “faça o que digo, mas não faço o que faço”.
Nos versos de ifá encontramos orientação de qual caminho seguir, porém se somente passamos por cerimonias e dentro de nós nada muda não chegamos a lugar nenhum.
Por essa razão antes de reclamar que você não tem sorte analise as suas atitudes.
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